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quinta-feira, 12 de março de 2009

AR LIVRE

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© João Menéres


Fim de tarde, em Battersea Park (Londres)

quarta-feira, 11 de março de 2009

AFECTOS

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© João Menéres

Há dias, a minha neta Beatriz, de seis anos, ofereceu-me este trabalho que fizera no colégio.
Guardei-o com o carinho que tudo guardo quando me é dado pelo coração.
Eu sei que o texto que vou transcrever não tem a ver com esta flor.
A outro neto podia pedir um desenho rabiscado.

Aí vai o texto:

A FLOR

Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas.
Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves;
umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas
que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas : Uma flor !
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor !
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do
coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor,
e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas.
Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas,
são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor !

( José de Almada Negreiros / 1893-1970 )

terça-feira, 10 de março de 2009

PORTO

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© João Menéres

METAMORFOSE

Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.

Estou tão longe da margem que as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.

E, contudo, a margem não pertence ao rio
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana.

( Jorge de Sena, in Poesias I.
Sua filha, Márcia, confirma que esta torre é a Torre dos Clérigos,
que eu em cima mostro em neblina envolta)

segunda-feira, 9 de março de 2009

BEIRA LITORAL

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© João Menéres

Pelos ramos do loureiro
vão duas pombas obscuras.
Uma delas era o sol
e a outra era a lua.
"Vizinhas, sabeis aonde
está a minha sepultura?""Nesta cauda", disse o sol.
"Nesta garganta", disse a lua.
E eu, que estava caminhando
com terra pela cintura,
vi duas águias de neve
e uma moça desnuda.
Uma delas era a outra
e a moça era nenhuma.
"Águias, sabeis aonde
está a minha sepultura?"
"Nesta cauda", disse o sol.
"Nesta garganta", disse a lua.
Pelos ramos do loureiro
vi duas pombas desnudas.
Uma delas era a outra.
As duas eram nenhuma.

(Poema CACIDA DAS POMBAS OBSCURAS, de Garcia Lorca)

domingo, 8 de março de 2009

CURIOSIDADES

Como fui ao INÁCIO (Braga) comer uns rojões à moda do Minho,
trouxe esta "receita" para um bom café.
(O guardanapo vinha debaixo da chávena e já vinha 
com a mancha do café. Assim, fica mais real !).

Uma dica para o Illegal...

DIVERSOS

B L O G   V I C I A D O 

O Eduardo P.L., do VARALDEIDÉIAS, entendeu que um imagem de minha autoria 
era merecedora da distinção "BLOG VICIADO", atribuído à 
melhor postagem da semana.
Ainda por cima, esta distinção é dupla, pois sendo este 
dia 8 de Março de 2009
o
 DIA INTERNACIONAL DA MULHER,

  levou em consideração a imagem do ROSTO
que editei no dia 1 de Março.

Desnecessário se torna referir a honra e o prazer que este PRÉMIO ESPECIAL me trouxe.
Bem haja, Eduardo.

sábado, 7 de março de 2009

RURALIDADES

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© João Menéres


MINHO


"Nas pequenas herdades vêem-se, por entre latadas, branquejar casais modestos, tendo junto eiras postas ao sol, ao lado de medas de palhas milhas, trigas e centeias, com suas cimeiras cruzes de colmo, as quais, com as de granito no topo dos canastros e dos portões de telhados de duas águas, protegem todo o casal cristão: - gentes e gados."

(Antero de Figueiredo, in Minho)