© João Menéres
METAMORFOSE
Para a minha alma eu queria uma torre como esta,
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.
assim alta,
assim de névoa acompanhando o rio.
Estou tão longe da margem que as pessoas passam
e as luzes se reflectem na água.
e as luzes se reflectem na água.
E, contudo, a margem não pertence ao rio
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana.
nem o rio está em mim como a torre estaria
se eu a soubesse ter...
uma luz desce o rio
gente passa e não sabe
que eu quero uma torre tão alta que as aves não passem
as nuvens não passem
tão alta tão alta
que a solidão possa tornar-se humana.
( Jorge de Sena, in Poesias I.
Sua filha, Márcia, confirma que esta torre é a Torre dos Clérigos,
que eu em cima mostro em neblina envolta)
Sua filha, Márcia, confirma que esta torre é a Torre dos Clérigos,
que eu em cima mostro em neblina envolta)