© João Menéres
A UMA CEREJEIRA EM FLOR
ACORDAR, SER NA MANHÃ DE ABRIL
A BRANCURA DESTA CEREJEIRA;
ARDER DAS FOLHAS À RAIZ,
DAR VERSOS OU FLORIR DESTA MANEIRA.
ABRIR OS BRAÇOS, ACOLHER NOS RAMOS
O VENTO, A LUZ, OU O QUE QUER QUE SEJA;
SENTIR O TEMPO, FIBRA A FIBRA.
A TECER O CORAÇÃO DE UMA CEREJA.
( Eugénio de Andrade, in OS POEMAS DA MINHA VIDA, antologia de
Luís Neiva Santos, ed. da MODO DE LER, apresentada na Cooperativa Árvore, em 2 de Março de 2019 ).