© João Menéres
NÃO SEI SE QUERO
--MAS QUANDO NÃO POSSO VER-TE,
SOU UM CEGO.
SE LEVANTO A MINHA MÃO
E NÃO A SINTO APERTADA
OU ENVOLVIDA NAS TUAS,
NÃO A VEJO, --NÃO SEI DELA...
E É NECESSÁRIO
QUE O TEU ABRAÇO ME ABRACE,
E A TUA BÔCA ME BEIJE,
PARA SENTIR O MEU CORPO,
--PARA ME SENTIR A MIM...
AQUI TENS,
PORQUE PROCURO PRENDER-TE :
PERDÔA, MAS SOU ASSIM.
( António Botto, in As Canções de António Botto,
extraído do 4º milhar do livro
impresso nas oficinas Bertrand / Irmãos,
em Abril de 1941 )