© João Menéres
Vista geral de Castelo Rodrigo, numa perspectiva semelhante à do desenho de Duarte d'Armas.
CASTELO RODRIGO
Se não sou beirão, o que me leva a eleger uma aldeia localizada na Beira Alta, bem perto da raia, como A ALDEIA DA MINHA VIDA ?
Apenas fui conduzido por um misto de recordações e de sensações e sentimentos mais recentes...
Por ali, o meu filho mais velho, então com 5 anos, andou de burro pela primeira vez.
Terá sido esta circunstância?
Quem sabe...
O que é certo é que, desde então, e sempre que se proporciona, lá estou eu em Castelo Rodrigo!
Quando lá fui pela primeira vez, encontrava-se num estado de abandono que até as pedras choravam tímidamente.
Eram ruínas ao lado de ruínas e sobre ruínas
Hoje, esse panorama é completamente diferente.
Tudo recuperado e restaurado e beneficiando de tudo que a um sítio destes se exige.
Imaginem como foi garbosa e altaneira, encontrando-se a sua origem num castro que foi sucessivamente ocupado por diferentes povos, até que os reis de Leão, Fernando II e Afonso IX ordenaram o seu povoamento.
Consideramos que são eles os seus fundadores.
Esse povoamento teve, como principal objectivo, evitar que os portugueses, conquistadores das terras de sul do Douro, também desta terra se apossassem.
O nome de Castelo Rodrigo talvez se deva ao facto do Conde Rodrigo Gonzalez Girón ter sido o primeiro responsável directo e prático do seu povoamento.
Até então a sua designação era Civitas Augusta.
Em 1297, é cedido à coroa portuguesa em consequência da assinatura do Tratado de Alcanizes.
E, se Castelo Rodrigo recebera o seu primeiro foral de Afonso IX (rei de Leão), o nosso D.Dinis (o Lavrador) atribuiu-lhe novo foral.
Fonte : Livro das Fortalezas, de Duarte d' Armas
A representação de Castelo Rodrigo que mostramos é a desenhada por Duarte d' Armas, por ordem de D.Dinis.
D.Manuel I manda reconstruir o castelo, concede-lhe novo foral e faz a doação ao seu filho D.Duarte.
Quando os Reis Católicos (D.Fernando e D.Isabel), em 1492, expulsaram os judeus que não quiseram converter-se ao catolicismo, Castelo Rodrigo foi uma das portas por onde se acolheram várias das 15.000 famílias que vieram para Portugal.
Não se admire, por isso, ao deparar-se com a Rua da Sinagoga ou com o Poço Cisterna, um misto de árabe e gótico, com 13 metros de fundo, assinalados numa pedra à face da rua..
Não vou contar a lenda do fidalgo que de Ofa, filha de um judeu muito rico, se apaixonou, nem vou contar a lenda que à ribeira de Aguiar deu nome. Nem tão pouco a da Batalha da Salgadela, pois uma visita a Castelo Rodrigo constituirá o melhor cenário para se conhecer e respirar estas lendas e também a Igreja Rocamadour, cujo interior contém paineis pintados e no teto 20 caixotões também pintados.
© João Menéres
Um aspecto das ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura
É preciso olhar para uns exemplares de janelas manuelinas, admirar o Pelourinho e as ruínas de Cristóvão da Moura e saber porque foi incendiado pela fúria popular.
Actualmente, largos trechos da muralha, treze torreões e três portas ( a do Sol, a de Alverca e a da Traição) podem ser admiradas - e de noite também, graças ao sistema de iluminação instalado e que recorta e permite ter uma visão a quilómetros de distancia de todo o notável conjunto fortificado.
Se escolherem um dia de semana para visitar Castelo Rodrigo, vão poder percorrer as ruas tranquilas e quase se vão imaginar como em recuados tempos estivessem (mas a salvo de ataques de soldados e de canhões...).
Boa Viagem !
Nome : Castelo Rodrigo
Concelho : Figueira de Castelo Rodrigo
Distrito : Guarda
Altitude : ± 800 metros
Coordenadas : N 40º 52' 36 "
O 6º 57' 52"
Indicações eventualmente úteis:
Alojamento : Casa da Cisterna ( 7 quartos)
casadacisterna@casadacisterna.com
Hospedaria do Convento (11 quartos)
geral@hospedariadoconvento.pt