© João Menéres
Quando pela manhã estou a fazer a barba gosto de me sentar na bancada dos lavatórios.
Assim, cómodamente instalado, ouço as breves notícias da RFM
(para mim, são as primeiras do dia).
Assim, vou olhando o céu azul ou as nuvens no céu mais ou menos azul.
Assim, olho para a piscina e logo vejo se precisa de um trabalho extra.
Como o jardim do vizinho tem uma cerejeira de folha caduca, se houve vento
durante a noite, é certo que as folhas lá se foram refrescar...
Deste lado, só tenho um cedro.
Já foi Árvore de Natal, quando os filhos eram mais jovens.
Passado o Dia de Reis, guardados os enfeites numa antiga arca de milho,
entretanto restaurada e feita esplêndida peça de mobiliário, houve que decidir:
planta-se, a ver se pega, ou vai para a lareira?
Duas outras ( porque os filhos são três ), foram para o jardim da frente.
Entretanto, um dos cedros teve que ser abatido, porque cresceu mais que o esperado e entrou em conflito com outras plantas.
As 9 horas da manhã estão por aí e os aviões passam baixinho
para pousar no aeroporto, ali a 15 km mais a NW.
Fico a adivinhar o exacto ponto onde a aeronave vai passar no
vidro que está por cima da minha cabeça (outro desafio que não dispenso e que, como muitos outros, não tem prémio).
Como a esta hora o tráfego aéreo é mais animado,
dá para em poucos minutos eu me entreter enquanto estou sentado num sítio improvável.
Posso jurar que este é um dos lugares preferidos
e o que me faz de verdade sentir em minha casa!