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terça-feira, 3 de março de 2009

JUAN MUÑOZ




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© João Menéres


JUAN MUÑOZ

UMA RETROSPECTIVA



No Museu de Arte Contemporânea, (projecto do renomado Arqto.

Álvaro Siza Vieira), da Fundação de Serralves, esteve patente,

de 2 de Novembro de 2008 a 24 de Fevereiro de 2009,

esta importante exposição de Juan Muñoz, nascido em Madrid, em 1953 e

falecido em 2001 em Palma de Maiorca.




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FIGURAS  SUSPENSAS



No grande átrio do Museu, duas rodopiantes figuras suspensas pelos dentes.

Quem conhecer o quadro de Degas, Mlle Lala au Cirque Fernando,

poderá associar estes trabalhos.

No entanto, aqui as figuras, tanto pelas vestes, como pela expressão,

são mais ambíguas.

A força destas figuras resulta desta ambiguidade de espectáculo e horror.

Optámos por fotografar de um plano superior para baixo.

Assim, observa-se com mais detalhe a suspensão pelos dentes.






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© João Menéres


Conversações

Aqui temos um conjunto de cinco figuras em bronze, em tamanho natural,

com cabeças redondas e faces mudas, também com feições semelhantes.

Encostam-se umas às outras, murmuram-se, ignoram-se.

Está criado um espaço teatral onde se desenvolve um drama misterioso.




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© João Menéres


Uma das cabeças mais pormenorizada.



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Uma varanda de hotel
Ao ser colocada na parede , cria-se um ambiente parecido com o da rua.
Da varanda observamos a rua em baixo,
mas quem passa na rua também nos observa.




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MUITAS VEZES



Esta é uma obra que se destacava, quanto mais não fosse pelas inúmeras
figuras presentes nesta grande sala.
Vestidas de idêntico modo, de feições semelhantes, foram modeladas a partir de um busto de feições asiáticas que Muñoz encontrou num hotel.
Estão reunidas, tanto em pares, como em pequenos grupos.
Aparentemente mergulhadas em conversa.
Avaliam-se entre si, entre se si se ignoram.
E o espectador, mais afastado ou entre as figuras,
qual será o seu papel?


O de observador? O de observado?



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© João Menéres

Junto a um canto da grande sala.




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Esta obra, Sombra e boca, contém algo de sinistro.
O que vemos aqui?
Uma figura sentada junto a uma mesa e
outra, sentada de costas, com a cara colada à parede.

Que representam?
Uma relação de domínio, aparentemente...
A boca colada à parede move-se...
Sussurra algum segredo?




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Aqui, é um ventríloquo a contemplar duas cenas com o seu quê de enigmático.
A boca da figura move-se por meios mecânicos.
Sem o ventríloquo para lhe dar voz, temos o silêncio.


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No pavimento desta sala, logo à entrada, está a miniatura de um automóvel.
Na parede do fundo, "reside" esta sombra gigante do indivíduo que, estupefacto,
parece assistir a algo que se passa e que nós não vemos.


Algo provocado pelo automóvel?

Não sabemos.




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Figuras sentadas com cinco tambores

Ignoram quem as observa. Estão concentradas entre si e nos seus tambores.




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Duas figuras mascaradas diante de um espelho.




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© João Menéres




À saída, a noite por mim já esperava.