© João Menéres
JUAN MUÑOZ
UMA RETROSPECTIVA
No Museu de Arte Contemporânea, (projecto do renomado Arqto.
Álvaro Siza Vieira), da Fundação de Serralves, esteve patente,
de 2 de Novembro de 2008 a 24 de Fevereiro de 2009,
esta importante exposição de Juan Muñoz, nascido em Madrid, em 1953 e
falecido em 2001 em Palma de Maiorca.
FIGURAS SUSPENSAS
No grande átrio do Museu, duas rodopiantes figuras suspensas pelos dentes.
Quem conhecer o quadro de Degas, Mlle Lala au Cirque Fernando,
poderá associar estes trabalhos.
No entanto, aqui as figuras, tanto pelas vestes, como pela expressão,
são mais ambíguas.
A força destas figuras resulta desta ambiguidade de espectáculo e horror.
Optámos por fotografar de um plano superior para baixo.
Assim, observa-se com mais detalhe a suspensão pelos dentes.
© João Menéres
Conversações
Aqui temos um conjunto de cinco figuras em bronze, em tamanho natural,
com cabeças redondas e faces mudas, também com feições semelhantes.
Encostam-se umas às outras, murmuram-se, ignoram-se.
Está criado um espaço teatral onde se desenvolve um drama misterioso.
© João Menéres
Uma das cabeças mais pormenorizada.
Uma varanda de hotel
Ao ser colocada na parede , cria-se um ambiente parecido com o da rua.
Da varanda observamos a rua em baixo,
mas quem passa na rua também nos observa.
© João Menéres
MUITAS VEZES
Esta é uma obra que se destacava, quanto mais não fosse pelas inúmeras
figuras presentes nesta grande sala.
Vestidas de idêntico modo, de feições semelhantes, foram modeladas a partir de um busto de feições asiáticas que Muñoz encontrou num hotel.
Estão reunidas, tanto em pares, como em pequenos grupos.Aparentemente mergulhadas em conversa.
Avaliam-se entre si, entre se si se ignoram.
E o espectador, mais afastado ou entre as figuras,
qual será o seu papel?
O de observador? O de observado?
© João Menéres
Junto a um canto da grande sala.
© João Menéres
Esta obra, Sombra e boca, contém algo de sinistro.
O que vemos aqui?
Uma figura sentada junto a uma mesa e
outra, sentada de costas, com a cara colada à parede.
Que representam?
Uma relação de domínio, aparentemente...
A boca colada à parede move-se...
Sussurra algum segredo?
© João Menéres
Aqui, é um ventríloquo a contemplar duas cenas com o seu quê de enigmático.
A boca da figura move-se por meios mecânicos.
Sem o ventríloquo para lhe dar voz, temos o silêncio.
No pavimento desta sala, logo à entrada, está a miniatura de um automóvel.
Na parede do fundo, "reside" esta sombra gigante do indivíduo que, estupefacto,
parece assistir a algo que se passa e que nós não vemos.
Algo provocado pelo automóvel?
Não sabemos.
© João Menéres
Figuras sentadas com cinco tambores
Ignoram quem as observa. Estão concentradas entre si e nos seus tambores.
© João Menéres
Duas figuras mascaradas diante de um espelho.
© João Menéres
À saída, a noite por mim já esperava.