© João Menéres
AS ÁRVORES DO MAR
Enquanto escrevo
Sobre o vento que passa
Entre os pinheiros
Sobre as águas que deslizam
Nos caminhos do mar
O pinheiro balanceia
As águas reproduzem-se
O vento respira
Abandono então o poema
E sento-me a ver o peixe
Voluptuoso a ouvir o corpo
Em sua morada
E não faço nada
Porque não há nada
Para fazer.
( Do livro DUAS ÁGUAS, UM RIO, escrito ao longo de 1988,
num diálogo que António Ramos Rosa e Casimiro de Brito
mantiveram para se, e nos, entretecerem. )
Alimento a esperança que o António Ramos Rosa e a Gisela Ramos Rosa aceitem a imagem que ilustra.