" HÁ MANHÃS À BEIRA MAR EM QUE TUDO PARECE
UM POUCO DE TINTA MUITO LEVE E MAIS NADA.
UM POUCO DE TINTA E FRESCURA.
A PRÓPRIA LUZ MOLHADA ESTREMECE.
O DOIRADO TEM MUITA ÁGUA E DESBOTA.
UMA GOTA DE AZUL BASTA PARA O MAR E O CÉU.
E A MANHÃ, TRESPASSADA E A ESCORRER,
NASCIDA E HESITANDO, FAZ MEDO QUE SE DESVANEÇA
COMO UM FANTASMA DE MANHÃ. "
RAUL BRANDÃO, in OS PESCADORES
( Quanto a mim, este pequeno trecho é um autêntico poema. )