© João Menéres
TERRA ALENTEJANA
Cheguei a meio da vida já cansada
de tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
em trágica loucura as destrui
por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
mar sem marés, sem vagas e sem porto
onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!
Cheguei a meio da vida já cansada
de tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
em trágica loucura as destrui
por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar morto:
mar sem marés, sem vagas e sem porto
onde velas de sonhos se rasgaram!
Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!
as que eu lancei à vida e não voltaram!...
Florbela Espanca