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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

VELAS DE SONHO

© João Menéres


TERRA ALENTEJANA





           Cheguei a meio da vida já cansada
   de tanto caminhar! Já me perdi!
   Dum estranho país que nunca vi
        sou neste mundo imenso a exilada.

             Tanto tenho aprendido e não sei nada.
         E as torres de marfim que construí
em trágica loucura as destrui
                     por minhas próprias mãos de malfadada!

                 Se eu sempre fui assim este Mar morto:
                 mar sem marés, sem vagas e sem porto
          onde velas de sonhos se rasgaram!

  Caravelas doiradas a bailar...
                       
Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!
                      as que eu lancei à vida e não voltaram!...


Florbela Espanca

16 comentários:

  1. Nem moinhos, nem barcos - confesso que estava à espera deles, pelo título do poste...
    Mas, a menos que o meu ligeiro daltonismo me engane, estou a ver as cores da bandeira portuguesa. Só falta um chaparro, à foto, para a "griffe" alentejana se manifestar. Valha-nos a Florbela, que por Leça também andou...
    Claro que a sua fotografia é muito interessante.
    Continuação de uma boa quadra natalícia e os melhores votos para 2019!

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  2. Florbela. Há quem lhe chame muitos nomes. Quem a escalpelize e a insira em correntes. Eu gosto dela assim, alentejana a todo o pano. Que o resto me desinteressa.

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  3. Maravilha de Post !
    Pois,,, se as velas são de sonho neste imenso mar ...
    Que poema, que foto, que sincronismo !...
    Parabéns, João !
    Beijinho, e que continue o espírito deste tempo de Natal.

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  4. A fotografia transporta-me a uma cabeça penteada, de risco ao meio, porventura Espanca estirada na planura alentejana para um soneto de sonho.

    Abraço.

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  5. Beeeeemmmmmm, esta tua maré anda agitada! Ora em recolhimento,ora em ondas roliças de extremo bom gosto!
    Ia só poisar o olhar por este andamento mas decidi deixar as marcas das gavinhas!
    Grata pelas tuas escolhas.

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  6. APS

    Inicialmente o título seria Terra bicolor, mas achei-o desenxabido.
    E como o Alentejo não é só planura, daí à Florbela foi um instante.


    Agradeço e retribuo com amizade os votos endereçados.

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  7. BEA

    Muito me cativou o teu
    Que o resto me desinteressa. !
    Só por essa, valeu a postagem, caramba !


    Um beijo a perdurar.

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  8. MARIA MANUELA

    Também gostei imenso de :
    se as velas são de sonho neste imenso mar ...
    Por vezes, à noite, sob pressão, as coisas arranjam-se...
    É o bailado das palavras, Maria Manuela.

    Um beijo amigo e grato.

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  9. AGOSTINHO

    Quase 24 horas depois do maçarico do blogger me ter pedido de agradecer ontem...

    E assim fica patente a atenção que dedica à observação das imagens, com essa visão da Espanca estirada na planura alentejana para um soneto de sonho.

    Um obrigado e o abraço amigo.

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  10. LUÍSA

    Só me faltava essa de ontem, Luísa.
    Trabalhos que têm prazo de entrega e o blogger a fazer-me desesperar...
    Ma, felizmente, tudo se resolveu durante a noite.

    Um beijo e desculpa o atraso involuntário.

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  11. Bonita imagem, tanto da foto como do poema.

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  12. Vi logo que tinha que ser uma fotografia do João!
    É sublime.
    Beijinhos.:))

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  13. Adorei este mar luso... com vagas de portugalidade...
    A imagem está um puro fascínio! Belo momento, João!
    Beijinhos
    Ana

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