De Amor nada Mais Resta que um Outubro
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia, in “Poesia Completa”
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.
E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.
Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.
Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Natália Correia, in “Poesia Completa”
A poesia de Natália fala-me
ResponderEliminardo amor. Perfeito!
Imperfeito pela inquietação do
que fica por dizer e fazer.
Do ser nunca acabado.
Abraço.
AGOSTINHO
ResponderEliminarEra muito inquietante a Natália Correia...
Grande e amigo abraço.
Lembro-me de em miúdo vê-la na televisão. E também lembro-me que ela causava-me algum receio, porque falava muito alto. Parece que estava sempre aos berros.
ResponderEliminarSe bem que agora, pensando melhor, se calhar a televisão é que só a mostrava quando ela estava a falar aos berros.
:-)
REMUS
ResponderEliminarAcho que fazia parte da sua personalidade...
Não é das minhas autoras preferidas mas, por vezes, tinha rasgos no que dizia e na forma como dizia que me fascinavam.
ResponderEliminarL. REIS
ResponderEliminarTambém não é das que mais aprecio, dizia mas muito bem e tinha muita bagagem !
BjKa.
Uma poetisa mal compreendida.
ResponderEliminarAbraço e bom fds
ELVIRA
ResponderEliminarE, por isso, não bem conhecida.
Um dia talvez seja devidamente glorificada.
Um beijo grato.
... era o que normalmente se chama uma "força da natureza" que emanava poesia de uma forma por vezes intempestiva ... mas também com profundidade ...
ResponderEliminarRASURAS
ResponderEliminarO meu conhecimento da Poesia da Natália Correia é já um pouco tardio, embora já tenha uns anos.
A ela voltarei um dia...
Grande abraço.
Confesso, que pouco conheço da sua obra... pelo que gostei imenso de apreciar um dos seus poemas!
ResponderEliminarE gostei de ver por aqui uma imagem... de uma Natália, bem mais jovem... do que a recordação, que tinha da mesma...
Mais uma excelente partilha, por aqui, João!
Beijinho
Ana
ANA FREIRE
ResponderEliminarAssim, com pessoas como tu, vale a pena o tempo que dispenso ao universo blogueiro !
Fazem-me sentir que vala a pena !
Obrigado, digo eu !
Um beijo amigo.