NAQUELA TARDE DO
QUERIDO MÊS DE AGOSTO...
© João Menéres
...Fui até esta praia da Costa Vicentina, na companhia da minha
sobrinha PATRÍCIA e do meu amigo HUMBERTO,
sogro do meu filho mais velho.
É uma praia fantástica (já aqui no Grifo Planante falei da sua beleza),
essencialmente frequentada por surfistas,
na sua maioria estrangeiros.
Uma semana antes, já tinha visto a hora da baixa-mar.
Tudo programado com a conveniente antecedência, portanto.
Na Praia da Rocha ( a cerca de 50 km), o calor sempre se fez sentir
durante este mês. Mas, na Costa Vicentina a temperatura é mais baixa
e o vento é costume não faltar. Pode não ser muito, é certo.
Mas a temperatura da água e do ar fazem sempre a sua diferença.
Basta a exposição da costa ser diferente:
Bem virada para oeste e, portanto, para a ondulação de NW.
Chegámos por volta das 18:00 horas.
Os surfistas tinham começado a sair do mar.
O vento, lá em cima da falésia, soprava e era frio.
Descemos de automóvel até lá baixo.
O nosso entusiasmo era enorme, pois tudo se
deparava conforme o desejado.
O vento, ali junto à água, nem era frio, nem soprava muito.
Era o efeito da falésia que provocava a revessa,
não da corrente, mas do ar.
A Patrícia com a sua digital.
Nós com os tripés e demais apetrechos.
© Patrícia Rodrigues
Aqui estou eu, fotografado (sem ter dado conta) pela Patrícia.
Uns sapatos náuticos, umas bermudas, um polo...
A posição é-me habitual: Curvado e concentrado.
© João Menéres
Aqui, fotografei a minha sobrinha, enquanto ela verificava
na sua câmera o que já fotografara.
E, assim, percorrendo a praia, para trás e para a frente,
sempre em busca de um pormenor ou de uma mutação
no ambiente, o tempo foi passando.
O Sol ainda estava acima da linha do horizonte,
embora não tardasse o seu poente.
Era, pois, a hora do regresso, para não chegarmos tarde às nossas casas.
Começámos a guardar todo o material.
Entretanto, a Patrícia já se abrigara perto da falésia.
Dirigimo-nos para o automóvel.
-PERDI A CHAVE! PERDI A CHAVE!, disse eu aflito.
Julgaram que brincava, para os assustar!
O telefone móvel ali não não tem rede.
Não podíamos contactar com a família para avisar do sucedido e
pedir para alguém nos vir buscar!
Calculei como tinha perdido a chave do carro:
Quando fui ao bolso, tirar o maço de cigarros,
a chave viera junto e caíra no areal.
A maré ainda não começara a encher.
Havia que percorrer todo o areal.
Eu sabia por onde andara, onde parara.
A luz começava a faltar.
Para trás, para diante. Para diante e para trás.
Olhos bem abertos. Via uma pedrinha preta no meio da areia e
logo julgava que era o porta-chave do automóvel.
Dezenas de pedras destas me enganaram!
Ah! Está ali...
Não, não era! De outra pedra se tratava.
Até que a luminosidade se acabou...
A procura era inútil.
Que fazer?
Olhávamos uns para os outros, sem nada para dizer.
A Patrícia à volta do carro enregelada.
Era o frio e o nervoso!
De repente, diz-me:
-Tio, está aqui um papel no pára-brisas!
-Um papel? (perguntei eu).
-VEJA! VEJA!
E o bendito papel, escrito por uma estrangeira,
informava:
© João Menéres
Na verdade, no pequeno bar da praia,
lá estavam as chaves à minha espera!
Ainda averiguei se sabiam quem
fora a pessoa de tão nobre gesto...
-Não, não...foi uma jovem, parece...
E com essa única informação nos ficámos...
© João Menéres
a pensar, por certo, no que poderia ter sido
aquele dia do querido mês de Agosto...
Olá amigo BOM DIAAAA!!!
ResponderEliminarUma história fascinante que bem podia ser o início de um belo romance:-)) depois "floreavas" e acabavas por encontrar a "Princesa" que escreveu o bilhetinho no guardanapo do Bar:-))estou a brincar amigo, ainda não me conheces bem, mas sou assim e acho que já não vou mudar!
Devem ter sido momentos de grande aflição e imagino-vos como deviam estar preocupados.
No entanto esse episódio afflictivo, que não irás esquecer nunca, deu esta magnífica mensagem que adicionaste hoje.
Parabéns pelas magníficas fotos, estão todas maravilhosas e pelo fantástico texto escrito de uma forma tão pormenorizada que eu consegui sentir que estava nesse sítio e nesse dia do mês de Agosto.
LINDÍSSIMO!!!!!!!!
Beijinhos grandes,
Ana Paula
Hoje escreves a história com o encanto total do seu desfecho!
ResponderEliminarAinda há pessoas sérias (devem ter pensado)!!!
Claro que as há e cruzam-se connosco quase sem nos apercebermos delas.
Quanto à paisagem, foi enriquecida com a vossa presença!Está mediaticamente registada, pronta a ser publicada numa revista tipo roteiro turistico.
Para as próximas tarefas fotográficas com tripé, em vez de te curvares (que muito mal fazes à coluna vertebral!!!!), flecte as pernas (que muito bem farás ao teu esqueleto).
Beijinho terno para ti e um carinho para a Patricia (parecida contigo, não?)
Lindas imagens, linda história e sobretudo, a mostra de que ainda há pessoas boas e conscientes nesse mundo, solidárias...Lindo! Gostei de tudo e Patricia é linda(acho que é o nome, minha filha mais velha também é Patrícia e linda,rrs) abração,tudo de bom,chica
ResponderEliminara historia é formidavel, voce escreve descreve toa bem, enquanto às fotos nem se diga, esplendidas,
ResponderEliminare que bom que de vez em qdo encontramos pessoas como aquela que te deixou uma nota! beijos enormes,
Ola João,
ResponderEliminarNada tenho a acrescentar ao que as suas admiradoras ja aqui escreveram. Além de grande fotografo, é também um excelente contador de historias. Parabéns pelas fotos! Lindas.
Ja ganhei este sabado!
PS : Ha uns anos atraz, encontrei umas chaves na praia do Guincho e também as fui levar ao bar. Imagino melhor, agora, a aflição do dono do carro quando deu por falta delas!
:) Um final feliz para um dia não menos feliz!
ResponderEliminarBonito gesto da estrangeira, bonito gesto teu ao te recordares.
Bom Sábado!
Eheheheh Cá em casa também se gasta disso. A Milú é perita em perder coisas. Será da idade ???? eheheheh
ResponderEliminarQue mais dizer ? ...Só, que gostei muito !
ResponderEliminaro que poderia ter sido?
ResponderEliminarFoi. Uma tarde divertida, agradavel, produtiva e com um final de dia cheio de emoções, preocupação, frustração, irritação, desamparo, alrgria e gratidão. Ufa! Foi um completo e repleto. Será lembrado e rendera muitas risadas ainda.
beijos
Belo conto de uma aventura de verão!
ResponderEliminarBela foto que pela tênue bruma vira pintura.
bjs, João
João, meu querido João!!!!
ResponderEliminarOlhei a primeira foto e iniciei a leitura imaginando cada palavra que escrevia. Desde a sua pesquisa, a preparação da viagem, o preparo com o equipamento,o caminho até chegar a praia, a descida, tudo chegava com as palavras mais adequadas. Tive até a satisfação de conhecer sua querida sobrinha Patrícia e seu amigo Humberto, João.
Sonhava e ria pensando enquanto lia qual era a melhor expressão.
"Que raposa velha" pensei presentou-nos com parte de sua vida nesse conto poético. Traçou a linha da poesia, deu a pitada ideal de suspense que provoca agônia e além de tudo terminou com a pura magia que os contos têm.
Fez-me atravessar o oceano com tua narrativa tão delicada, até o momento do grande susto, fiquei
apavorada com qual seria o desfecho da história. E como não poderia deixar de ser, o ocorrido foi magnifico, verdadeiro e fantástico ao mesmo tempo.
João meu querido João como é bom conhecer pessoas especiais assim.
beijos
p.s Em algum momento enquanto lia tua história tive a vontade de ser essa senhora. Que bom que tudo se resolveu em perfeita harmonia.
Fuma faz mal e pode matar. Ainda bem que não foi o caso.
ResponderEliminarUm belo conto 'real' que acabou em bem como nas belas histórias de amor :)
ResponderEliminarUfffaaaa que grande alívio não deve ter sido heimmmmm?
Eu já fiquei fechada na gragem colectiva do prédio 4 horas...ninguém acredita quando conto ;(
Meti, a minha carrinha na garagem individual e deixei as chaves de casa e telemóvel de cima do banco do pendura, porque julguei ter medido dentro da mala. Pois quando fechei a porta da garegem é que me fez clique...ai as chaves!!!
Procurei telemóvel e tarde demais!!!
Tive que esperar sentadinha nas escadas que dão para a porta do patamar do elevador até alguém entrar novamente na garagem...acredita que de 44 inquilinos ninguém apareceu???? pois é... foi obra arrepiante!!!!!!
como é possível sempre tanta gente a entrar e a sair com carros, e naquele momento que eu precisava népia rssssssssss
Por isso a quem conto duvida que tenham sido tantas horas...mas sei, porque vi hora no relógio da carrinha antes de sair e perguntei à 'salvadora' quando entrou na garagem :)
Era dia de verão e eu tinha vindo da praia... bem salgada fiquei eheheheh
Oi amigo, vim retribuir a visita. Adorei teu blog e o lugar do post é realmente espetacular. Estou em dívida com o pessoal do blog gincana pois não soube fazer direito nem em tempo as tarefas. Quis tentar retirar meu nome e também não consegui. Mas de qualquer forma, obrigada pelo comentário e pela visita.
ResponderEliminarAbraços
Rosani
Fantástico conto...
ResponderEliminarGostei da terceira imagem, muito boa realmente.
Olá João
ResponderEliminarPenso que a Praia é Vale Figueira .. e de certeza foi um agradecimento ás suas belas fotos ... essa devolução de chave encontrada...
T
UMA OBSERVAÇÃO:
ResponderEliminarAntes de agradecer os comentários ( o que farei amanhã), quero prestar uma informação:
Este episódio foi guardado em absoluto sigilo pelos três intervenientes até hoje !
Dois meses e tal depois dos momentos dificeis por que todos passámos, a família já pode saber!
Foi isso que pedi à Patrícia e ao Humberto !
Linda escrita,
ResponderEliminaras fotos idem!
ADOREI te ver de corpo inteiro!
beijo
li
Ah!Ah!Ah!
ResponderEliminarEstavam com receio de levarem um valente sova por tão pitoreco episódio...
Pois bem, o vosso segredo é algo que vos vai unir para toda a vida!
Humberto, Patricia,João, serão para sempre amigos em união!
Beijinhos
Que saga!!!
ResponderEliminarOlaaaaaaaaaa
ResponderEliminarAdorei as Fotos Todas , Muito Bom Gosto ....
Adorei sua narrativa tambem e gostei mais ainda do Final FELIZ
um Abraço Apertado !!
Gostei desta bela reportagem. Muito mesmo de ter visto o fotógrafo ser apanhado em flagrante deleite.
ResponderEliminarBeijos
Olá visitantes do Grifo.
ResponderEliminarEU SOU a PATRÍCIA da história!
Obrigada pelos vossos comentários, em especial à Luísa, Chica e Selena (que me mencionaram).
Quem diria que aquele dia se iria tornar numa peça de teatro tão clara, intensa e emocionante como aqui a vemos… Fico contente que todo aquele panorama tenha sido tão bem aproveitado! Pois assim, esta história deixa marcas em mais do que três espectadores.
Brilhante a ideia de quem a quis partilhar de um modo único e tocante, não só para mim, como também para todos vocês que a leram que tão envolvidos ficaram!
Parabéns TIO!! Consegui contar esta história magnificamente! Espero que existam muitas mais para poder continuar a partilhá-las aqui no Grifo, e que tenham todas sempre um final feliz! :)
A minha boca é um túmulo! Até agora não contei esta história a ninguém… (Já agora… a Tia já sabe?)
Gostei do pormenor do nome “Querido mês de Agosto” que é o mesmo do titulo do filme que me emprestou… em Agosto! :)
Muitoooooo Obrigada por este pedacinho delicioso reservado também a mim que me proporcionou recordar com saudade as nossas férias, que mesmo com um susto e vento frio, valem muito a pena!!
Beijinhos com carinho, da sua sobrinha querida,
PATRÍCIA
Relembro já com alguma saudade as férias de Agosto e do picaresco episódio da chave perdida nas areias da bela praia que a foto ilustra. Como a Patrícia também guardei segredo do acontecido, não caiam os parentes na lama com soi dizer-se. É claro que já não temos idade para fazer má fugura...
ResponderEliminarUm apertado abraço do sogro do seu filho e pai da sua linda nora!!!
HFerreira,
Olá João
ResponderEliminarOlhei de novo e sou tentado a dizer que a praia é Vale dos Homens ao pé do Rogil
Um abraço
T
BOM...
ResponderEliminarJá posso responder!
Irei fazer um agradecimento QUASE colectivo, como compreenderão.
ANA
LUÍSA (a minha posição preferida a fotografar é assim, mais ou menos... Podia elevar o tripé e, portano a câmera. Mas, desta forma, dá-me a sensação que tudo domino.Repara bem..A PATRÍCIA vi-a nascer, pode dizer-se. É neta de uma amiga. É como se fosse do meu sangue!).
CHICA
MYRA
HELENA ( o meu porta-chaves tem o emblema da marca do carro. Como já estavam poucos e a marca não é muito comum, tive a sorte da "salvadora" ser
inteligente e me deixar o papel no pára-brisas!).
MENINA DO MAR (tive muito pena que não soubessem de quem se tratava, por razões que adivinharás).
JORGE C. REIS ( Não é nada da idade! Pelo contrário...)
RUI da BICA
ANGELA (Pois foi isso tudo em sucessão, SIM !!!).
LINA FARIA
SELENA ( Quase de certeza que era surfista. Gente que AMA O MAR! Tu surfas?)
EXPRESSO (Já cá faltava a boca... RsRsRs...).
ELLEN (Mas não fizeste Fotografia nesse dia de praia, pois não? Vinhas de mãos a abanar, sem nada teres para te dar FORÇA ...)
ROSANI
RUIMNM
> T < (Esclareço no outro seu comentário)
LI ( Porquê? Já me conhecias meio corpo...Que tens a dizer?).
LUÍSA (Nada disso. A minha mulher bem conhece as minhas loucuras fotográficas. Só não queria que nos tempos mais chegados se ampliassem os seus receios. Tenho outra AVENTURA, essa passada no Gerês, num dia 30 de Dezembro. COM TODA A FAMÍLIA! Há quase 40 anos...Um dia, eu conto. Mas tenho que encontrar um slide!).
EDUARDO ( Saga de verdade foi a que refiro acima!).
DEUSA
LUA AZUL QUE FLUTUA
> T < (A praia é a da Cordoama, junto à Vila do Bispo. Andei à procura de uma imagem que fizera num ano anterior do alto da falésia e que mostra muito mais, porque é mais abrangente, mas ainda a não encontrei. E para não adiar mais esta prometida postagem, editei uma bem semelhante a outra que há pouco tempo aqui apresentei.
Cá de baixo até ao cimo da falésia são uns 3 Km. E depois mais uns 7 Km até à Vila do Bispo.
Está a imaginar-nos ter que fazertudo isso a pé, o que já seria feito de noite, com roupa ligeira, ou menos do que isso?).
HUMBERTO
Aguardei pela sua entrada aqui para fazer estes agradecimentos aos comentaristas e adicionar um ou outro pequeno pormenor.
Eu que sempre o costumo fotografar em tantas saídas, logo naquela tarde não o fiz!
Por isso, não o apresento à comunidade...Desculpe a minha sofreguidão por tantas coisas que os meus olhos viam naquele areal, naquele dia!
Da próxima vez, levarei a chave duplicada, para a confiar a si!
PATRÍCIA
Então, o teu tripé já está a caminho? O Natal é uma boa oportunidade!
A Tia ainda tudo ignora. Agora, só se alguém que leia esta história lhe contar...
Mas, já não tem importância se tomar conhecimento.
Foi um dia maravilhoso, sem dúvida. São momentos assim de que se vai construindo a nossa vida. Com histórias reais (nem de caçadores ou pescadores...) para podermos contar a quem nos quiser ouvir.
Parabéns pela forma como tão bem escreves. Já sabia que tinhas esse dom (entre outros vários).
Na próxima, outra praia espera por ti!
Um grande beijo para ti, querida Pat.
-- // --
A TODOS OS QUE COMENTARAM (ou que só leram) o NOSSO (do trio) OBRIGADO !
BEIJOS/ ABRAÇOS.
Ai, como amo aquelas praias e como me são familiares - o por do sol lá tem outro encanto...
ResponderEliminara foto da Patrícia ao tio está incrível, parece quase uma pintura...
Depois, essa de andar à cata das chaves e de guardar segredo em vez de partilhar com muita risada, hahaha
E a estrangeira até gosta de "smiles" a premiareem um final feliz!
PS: já me aconteceu esquecer as chaves... com uma diferença: deixo-as dentro do carro e depois tranco-o, hahaha depois tenho q arranjar forma de me auto-assaltar e farto-me de rir
beijinhos
LÍLIA
ResponderEliminarObrigado, minha amiga!
Um beijo.
e que boa história, João...com final feliz, como eu gosto:)
ResponderEliminarparabéns aos dois, pelas imagens, mais uma vez, tãos inspiradoras.
beijo
MARTA
ResponderEliminarUm grande beijo pela tua simpatia sem limites.
(Agora sou eu que ando atarefadíssimo! O tempo não dá para nada!
Nem quero pensar como vai ser em Dezembro...)