É aquilo que disse, janelas são pra mim um problema. Não posso andar por aí desavisada que vou fitar cada janela que passar com uma curiosidade que eu não sei da onde vem. É mais forte do que eu!
Seus comentários fazem o meu ego sorrir. (Claro que "Ego" é matéria um tanto filosófica e não se inclui nos meus poucos saberes). Obrigado por sempre me visitar e por sempre deixar palavras amigas.
Só não é muito bonito espreitar por buracos de fechadura... Janelas não são só para ver de dentro para fora. Na Holanda, por exemplo, as portadas das janelas não se fecham à noite. Nem se levantam outras barreiras. Dá idéia, que têm gosto em serem vistos do exterior. É muito interessante isso.
Tá aqui a prova provada do encontro que te falei sobre a busca da inspiração... logo à noite dará frutos... quando me sentar a escrever sobre «se eu também me visse para além de mim...» beijo
Maravilhosa esta foto de janelas, umas reflectindo-se noutra. E vem-me à memória um belo poema de António Gedeão, "Aurora Boreal":
Tenho quarenta janelas nas paredes do meu quarto. Sem vidros nem bambinelas posso ver através delas o mundo em que me reparto. Por uma entra a luz do Sol, por outra a luz do luar, por outra a luz das estrelas que andam no céu a rolar. Por esta entra a Via Láctea como um vapor de algodão, por aquela a luz dos homens, pela outra a escuridão. Pela maior entra o espanto, pela menor a certeza, pela da frente a beleza que inunda de canto a canto. Pela quadrada entra a esperança de quatro lados iguais, quatro arestas, quatro vértices, quatro pontos cardeais. Pela redonda entra o sonho, que as vigias são redondas, e o sonho afaga e embala à semelhança das ondas. Por além entra a tristeza, por aquela entra a saudade, e o desejo, e a humildade, e o silêncio, e a surpresa, e o amor dos homens, e o tédio, e o medo, e a melancolia, e essa fome sem remédio a que se chama poesia, e a inocência, e a bondade, e a dor própria, e a dor alheia, e a paixão que se incendeia, e a viuvez, e a piedade, e o grande pássaro branco, e o grande pássaro negro que se olham obliquamente, arrepiados de medo, todos os risos e choros, todas as fomes e sedes, tudo alonga a sua sombra nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto, quem vos pudesse rasgar! Com tanta janela aberta falta-me a luz e o ar.
Não tenho palavras que possam traduzir o quanto estimei o seu comentário quando, ao fim da tarde, cheguei a casa. E eu que andara à procura de uma poesia que se ajustasse a esta minha imagem... Como, depois de uma busca prolongada, nada encontrei, legendei-a eu próprio. Foi extremamente gentil e Amiga ao transcrever esta Aurora Boreal, que está perfeita aqui, sem dúvida. E eu que há pouco tempo estivera com o livro dele! E que assinalara outra poesia para uma imagem a fazer ainda!!! Muito e muito obrigado. Um beijo, João
As janelas são olhos que espreitam em dois sentidos, até que cansadas adormecem fechando as suas pálpebras de vidro. (O cromatismo da imagem e o que a janela nos mostra para além dela atraiu, de imediato, os meu olhar...)
Além das janelas e seus reflexos, que paleta de cores!!!
ResponderEliminarParabéns!
É aquilo que disse, janelas são pra mim um problema. Não posso andar por aí desavisada que vou fitar cada janela que passar com uma curiosidade que eu não sei da onde vem. É mais forte do que eu!
ResponderEliminarLINDAS TUAS JANELAS!
Beijinhos
EDUARDO
ResponderEliminarSeus comentários fazem o meu ego sorrir.
(Claro que "Ego" é matéria um tanto filosófica e não se inclui nos meus poucos saberes).
Obrigado por sempre me visitar e por sempre deixar palavras amigas.
ALICE
ResponderEliminarSó não é muito bonito espreitar por buracos de fechadura...
Janelas não são só para ver de dentro para fora.
Na Holanda, por exemplo, as portadas das janelas não se fecham à noite. Nem se levantam outras barreiras.
Dá idéia, que têm gosto em serem vistos do exterior.
É muito interessante isso.
Um bj. para quem me traz sempre boas novas.
Tá aqui a prova provada do encontro que te falei sobre a busca da inspiração... logo à noite dará frutos... quando me sentar a escrever sobre «se eu também me visse para além de mim...»
ResponderEliminarbeijo
João!Adoro fotos e pinturas de janelas e portas;este post é meu,rsrsrs!!!
ResponderEliminarSensacional a janela refletindo as outras,é uma janela de múltiplas personalidades!!!
Beijos enviados pela janela,Sonia Regina.
Uma pintura...
ResponderEliminarCaríssimo João,
ResponderEliminarMaravilhosa esta foto de janelas, umas reflectindo-se noutra.
E vem-me à memória um belo poema de António Gedeão, "Aurora Boreal":
Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas
posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas, quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho,
que as vigias são redondas,
e o sonho afaga e embala
à semelhança das ondas.
Por além entra a tristeza,
por aquela entra a saudade,
e o desejo, e a humildade,
e o silêncio, e a surpresa,
e o amor dos homens, e o tédio,
e o medo, e a melancolia,
e essa fome sem remédio
a que se chama poesia,
e a inocência, e a bondade,
e a dor própria, e a dor alheia,
e a paixão que se incendeia,
e a viuvez, e a piedade,
e o grande pássaro branco,
e o grande pássaro negro
que se olham obliquamente,
arrepiados de medo,
todos os risos e choros,
todas as fomes e sedes,
tudo alonga a sua sombra
nas minhas quatro paredes.
Oh janelas do meu quarto,
quem vos pudesse rasgar!
Com tanta janela aberta
falta-me a luz e o ar.
Um beijo,
Milouska
MENINA do MAR
ResponderEliminarEntão,à janela te espero !
Bj.
SONIA
ResponderEliminarEncantado com a forma como tudo ficou assim dito.
Muito obrigado e 1 beijo
EXPRESSODALINHA
ResponderEliminarNão tenho dúvida que apreciou estas janelas.
Fico muito feliz!
Um abraço.
E estas cores, até parece que o mexicano Barragán passou por estas paragens...
ResponderEliminarA paleta do povo no seu melhor!
MILOUSKA
ResponderEliminarNão tenho palavras que possam traduzir o quanto estimei o seu comentário quando, ao fim da tarde, cheguei a casa.
E eu que andara à procura de uma poesia que se ajustasse a esta minha imagem...
Como, depois de uma busca prolongada, nada encontrei, legendei-a eu próprio.
Foi extremamente gentil e Amiga ao transcrever esta Aurora Boreal, que está perfeita aqui, sem dúvida.
E eu que há pouco tempo estivera com o livro dele!
E que assinalara outra poesia para uma imagem a fazer ainda!!!
Muito e muito obrigado.
Um beijo,
João
MARIA
ResponderEliminarNão sei quem tu és...
Mas és uma "princesa" na cultura !
Tens toda a razão quando evocas o Barragán !!!
Aquele azul, o rosa-lagosta...
Grato pela tua visita.
Aparece sempre que te apetecer.
Um beijo.
Joao, essas cores fortes assim tb têm chegado aqui na Alemanha. Muitas pessoas têm pitado suas casas em tons bem fortes como esses.
ResponderEliminarJanelas interessantes, abrem prá cima, nao?
Um abraco
GEORGIA
ResponderEliminarSão chamadas janelas de guilhotina. Pensa na Maria Antonieta.
Obrigado pelo comentário.
As janelas são olhos que espreitam em dois sentidos, até que cansadas adormecem fechando as suas pálpebras de vidro.
ResponderEliminar(O cromatismo da imagem e o que a janela nos mostra para além dela atraiu, de imediato, os meu olhar...)
Como eu gosto...não! Como eu adoro ler os teus comentários...
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