Uma "CANÇÃO" DE CECÍLIA MEIRELLES e duas imagens de JOÃO MENÉRES
E é uma simples homenagem a um nome maior da Poesia Brasileira, talvez a mais conhecida, a mais cantada, a mais admirada em Portugal : CECÍLIA MEIRELLES (1901-1964).
Uma infância desventurada... É a própria, que assim a recorda:
"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno"
Com nove anos, recebeu de Olavo Bilac a medalha de ouro por ter concluído o curso primário com "distinção e louvor".
Foi professora primária em várias escolas.
Em 1919, publicou o seu primeiro livro de poesias, escrito aos 16 anos.
Três anos depois, casa-se com o pintor português Fernando Correia Dias (a sua primeira "ligação" a Portugal).
Em Lisboa e em Coimbra, proferiu conferências sobre Literatura Brasileira.
Em 1939, a Academia Brasileira de Letras atribui-lhe o Prémio de Poesia Olavo Bilac. (Curioso este "cruzamento" , menos de trinta anos passados...).
Entre esse ano de 1939 e o seguinte, publica em Portugal, na Revista Ocidente, em capítulos "Olhinhos de Gato".
Em 1942, torna-se Sócia-Honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.
Viaja pelo mundo fora (Estados Unidos, Europa, Ásia e África), recebendo prémios e distinções várias.
Cecília Meirelles tem o seu nome em placas toponímicas de várias localidades portuguesas.
Está traduzida em muitas línguas. Isso, torna-a uma autora universal.
Muito mais, podia aqui ser referido, naturalmente.
No dia do meu aniversário, em 1957, comprei o livro " Moderna Poesia Brasileira". Logo aí, Cecília Meirelles me deixou marcas. Marcas que vivem no meu Eu.
Em Novembro nasceu, em Novembro morreu.
Considerando a vastidão do tema proposto, participo com uma poesia de Cecília Meirelles, intitulada:
CANÇÃO
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
-depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
fotografias © João Menéres
João,
ResponderEliminarestavamos TODOS muito preocupados com a sua postagem! Finalmente as 14:20 horas do dia 15, entrou! Quem me alertou foi a Alice!
Quanto à postagem em si, como sempre, muito oportuna e criativa! Belo texto, e suas fotos, como habitualmente, excelentes!
Obrigado por mesmo estando do outro lado do Atlantico, aqui perto do porto de Santos, participar desta Tertulia aí em Portugal!
Forte abço
Belo post, João! Não conhecia, gostei muito. Já tenho saudades dos teus comentários sempre tão pertinentes e acutilantes. Bom regresso. Bjs.
ResponderEliminarEu errei na postagem automática!!!
ResponderEliminarNo meu blog também! MAS FOI! E foi com classe, linda CecíliaMeirelles dando o tom aqui no grifo com as imagens lindas de João e nossa expectativa de que ainda virão muitos e muitos posts mais!
É isso... O João estava difícil! Os últimos são os primeiros. Confesso conhecer mal a poetisa. Fiquei a conhecer melhor. As fotos são espectaculares. Bom regresso.
ResponderEliminarJá me tinha perguntado onde andaria o meu amigo João Menéres.
ResponderEliminarBelo tema e excelentes fotografias (a que já nos habituou).
Um abraço e bom regresso às lides.
João
ResponderEliminarbela postagem, bela escolha de uma de nossas maiores poetisas e belas imagens.
João, que delícia vir aqui pela manhã e ler essa beleza de poema de Cecília, recuperando-me do meu humor por ter perdido a tertúlia ontem por falta de conexão.
ResponderEliminarUma beleza as imagens para esse profundo poema.
bjs.
JU Gioli
Bela escolha, lindas palavras... Aqui tá tudo lindo! Foi um prazer ainda maior participar desta tertúlia com um toque de cecilia...
ResponderEliminarbjo
e até mais!
aiii doi, beijinho
ResponderEliminarEDUARDO,
ResponderEliminarROSEROUGE,
EXPRESSODALINHA,
JORGE C.REIS,
PERI,
JU,
FRANCINE,
CLAIRE
Que bom terem gostado desta dupla Brasil/Portugal,
jogado no "campus" neutro de Denver e arbitrado pela ALICE SALLES! ( para quem deixo um grande beijo.)
Espero, como nos relatou, que tenha feito, mesmo, uma boa viagem de volta! Uma pena o tempo pouco favorável, no rio e São Paulo. Isso nunca se pode prever!
ResponderEliminarEspero para começar a ver fotos dessa viagem!
Forte abraço